Paulo escreve esta carta a uma igreja marcada por divisões e desafios. Ele fala de reconciliação em Cristo (2 Co 5:18-19) e da realidade de que, ao crer, não somos apenas melhorados, mas feitos novos. O velho sistema de méritos é substituído pela graça.
Começar um mês novo é uma metáfora poderosa para aquilo que o Evangelho faz em nós. Em Cristo, não somos simplesmente motivados a tentar novamente; somos transformados. A expressão “nova criatura” é radical: envolve identidade, propósito e destino.
Deixar o velho para trás não significa esquecer a história. Deus usa cicatrizes para contar sua fidelidade. Porém, as marcas não nos definem mais. A frase “as coisas velhas já passaram” lembra Isaías 43:18-19, onde Deus promete fazer “coisa nova”. A Bíblia está cheia de recomeços — de Abraão saindo de Ur a Pedro redescobrindo sua missão depois de negar Jesus.
Recomeçar com fé implica aceitar que Deus não apenas tolera nossas quedas; Ele as redime. Paulo mesmo, que perseguia cristãos, foi transformado em apóstolo. Talvez o mês anterior trouxe fracassos ou feridas. Lembre-se: “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos… renovam-se cada manhã” (Lm 3:22-23).
Sob uma perspectiva psicológica, carregar culpas passadas é como tentar correr com pesos nos pés. O cérebro tende a ruminar erros, mas a Palavra renova a mente (Rm 12:2). O perdão de Cristo libera espaço para esperança. Cientistas já provaram que a esperança melhora a saúde mental. No âmbito espiritual, a esperança se ancora em algo sólido: a promessa de que quem começou a boa obra em nós a completará (Fp 1:6).