A compaixão é o coração do Evangelho. Onde o amor comum termina, a compaixão começa. Ela vê a dor e não desvia o olhar. Sente e se move. Foi isso que Jesus fez repetidas vezes — Ele viu, se importou e agiu.
Mateus 9:36 mostra o olhar de Cristo sobre as multidões cansadas e desorientadas. Ele não enxergou apenas o problema; enxergou pessoas. A compaixão dEle não foi sentimentalismo, foi movimento. E é nesse movimento que o poder de Deus se manifesta: a compaixão de Cristo sempre gera cura.
Em Marcos 1:41, diante de um leproso que ninguém queria tocar, “movido de compaixão, Jesus estendeu a mão e o tocou.” O toque de Jesus quebrou barreiras sociais e espirituais, curando corpo e alma.
A cura começa quando alguém se dispõe a tocar o intocável.
A compaixão é mais do que piedade. Piedade observa; compaixão participa. Ela não diz “sinto muito”, ela pergunta “como posso ajudar?”.
O bom samaritano, em Lucas 10, nos ensina isso. Ele viu o ferido, parou, tratou suas feridas e investiu no cuidado. A compaixão verdadeira tem custo, mas também recompensa: quando cuidamos do outro, algo em nós também é curado.
Cl 3:12 nos lembra: “Revesti-vos de ternos afetos de misericórdia, de bondade, humildade, mansidão e longanimidade.” A compaixão não é uma opção do crente — é seu uniforme.
O mundo moderno normalizou a indiferença. Nos tornamos tão acostumados à dor que deixamos de sentir. Mas o Espírito Santo quer reacender em nós o coração de Jesus — um coração que chora com quem chora, que cura sem julgar e que ama sem medida.
Quando a compaixão se torna estilo de vida, a cura se espalha: cura nos relacionamentos, nas feridas antigas, na alma cansada. Porque toda vez que amamos com o amor de Cristo, o Reino de Deus se torna visível.
📌 Três Lições da Palavra
- A compaixão enxerga com os olhos de Cristo. Ela vê a dor e responde com amor (Mt 9:36).
- A compaixão cura o outro e também a nós. Ao estender a mão, somos restaurados junto (Lc 10:33–34).
- A compaixão é prática do Reino. Ser cristão é agir movido por amor (Cl 3:12; Ef 4:32).