A cena é conhecida por muitos: Jesus entra nas águas do rio Jordão, é batizado por João, o céu se abre, o Espírito Santo desce em forma de pomba e uma voz do céu declara:
“Este é o meu Filho amado, em quem me agrado.” (Mateus 3:17)
Mas será que a gente realmente entende a profundidade desse momento?
Essa não foi só uma introdução simbólica.
Foi a inauguração pública do ministério terreno do Filho de Deus.
E mais que isso — foi um marco de humildade, identificação e revelação.
1. Por que Jesus, sem pecado, foi batizado?
Essa pergunta é fundamental.
João Batista batizava para arrependimento (Mateus 3:11), e Jesus não tinha pecados dos quais se arrepender (Hebreus 4:15). Então por que se submeter ao batismo?
Jesus responde em Mateus 3:15:
“Deixe assim por enquanto; convém que assim façamos, para cumprir toda a justiça.”
A expressão “cumprir toda a justiça” carrega um sentido profundo: Jesus não estava apenas cumprindo um ritual, mas dando o exemplo de obediência e submissão total à vontade do Pai.
Aqui aprendemos algo essencial sobre a espiritualidade cristã:
Obediência precede autoridade.
Antes de qualquer milagre, pregação ou confronto com o inimigo, Jesus se submeteu. E isso é poderoso.
2. O batismo como identificação com a humanidade
O batismo foi o momento em que Jesus, embora puro, se identificou com pecadores. Ele entrou nas águas como quem diz:
“Eu estou com vocês. Eu carrego suas dores, eu tomo seu lugar.”
Essa é uma teologia da encarnação em ação. Jesus, Deus em carne, não ficou à parte da experiência humana. Ele se colocou ao nosso lado — e isso nos leva a uma verdade transformadora:
Você não está só. Cristo entrou nas suas águas.
3. O céu se abriu: a Trindade revelada
O batismo de Jesus é uma das poucas cenas bíblicas onde vemos a Trindade plenamente manifesta:
- O Filho, nas águas;
- O Espírito Santo, descendo como pomba (símbolo de paz, consolo e pureza);
- O Pai, falando do céu.
Teologicamente, esse momento mostra que toda a Trindade está envolvida no plano de redenção.
A missão de Jesus não era solo. O Pai aprovava. O Espírito capacitaria. E o Filho obedecia.
É também nesse momento que Jesus recebe a afirmação de identidade:
“Este é o meu Filho amado, em quem me agrado.”
Perceba: isso foi antes de qualquer milagre, de qualquer multidão, de qualquer cruz.
A identidade de Jesus não vinha do que Ele fazia, mas de quem Ele era.
Você consegue aplicar isso à sua vida?
4. Aplicações práticas para nós hoje
a) O batismo é um compromisso público
Assim como o batismo de Jesus marcou o início de algo novo, o nosso batismo também marca uma nova vida (Romanos 6:4).
Se você ainda não foi batizado, essa é uma decisão de fé e obediência que vale ser considerada com seriedade.
Veja também: Como Criar o Hábito de Fazer um Devocional Diário
b) Obediência abre o céu
Repare que o céu se abre depois que Jesus entra nas águas.
Na nossa caminhada, muitas vezes esperamos que Deus fale antes de obedecermos. Mas o princípio bíblico é claro: obediência precede revelação.
c) Nossa identidade está em Deus, não em nosso desempenho
Antes de Jesus realizar qualquer obra, o Pai já o chamava de “amado”.
Quantas vezes nos deixamos definir pelas nossas falhas ou conquistas?
Você é filho. Você é filha. E isso basta.
Conclusão: O começo de tudo começa com entrega
O batismo de Jesus não foi o ápice, foi o ponto de partida.
Mas esse começo só aconteceu porque Ele entregou-se ao processo.
E talvez hoje, tudo o que você precisa para viver o que Deus tem…
seja se entregar de novo.