O Deus do Antigo Testamento é o mesmo do Novo?

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O Deus do Antigo Testamento é o Mesmo do Novo
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Ao longo da história, muitos cristãos e estudiosos se deparam com uma pergunta desconcertante:
O Deus do Antigo Testamento é realmente o mesmo do Novo Testamento?

Essa dúvida não é nova. Ela surge quando lemos sobre guerras, punições severas e juízos no Antigo Testamento, e os comparamos com o retrato de amor, graça e perdão que encontramos no Novo. Parece, à primeira vista, que estamos diante de dois “deuses”: um mais rígido e outro mais amoroso.

Mas será que essa distinção é real? Ou será fruto de uma leitura isolada e desconectada do plano divino?

Neste estudo bíblico, vamos caminhar juntos, com a Bíblia aberta e o coração disposto a aprender. Vamos examinar o caráter de Deus revelado em toda a Escritura e refutar, com base sólida, a ideia de contradição. Afinal, Deus é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hebreus 13:8).


1. Introdução: A Questão da Aparente Contradição

É comum ouvir a alegação:
“O Deus do Antigo Testamento é cruel, violento e implacável, enquanto o Deus do Novo Testamento é cheio de amor e perdão.”

Essa percepção, no entanto, revela uma leitura fragmentada da Bíblia. Muitos pegam episódios isolados, como o dilúvio (Gênesis 6–9) ou a destruição de Sodoma e Gomorra (Gênesis 19), e concluem que Deus age de forma impiedosa.

Por outro lado, destacam passagens como João 3:16 – “Porque Deus amou o mundo de tal maneira…” – e veem o Novo Testamento como se apresentasse um Deus diferente.

Contudo, essa falsa dicotomia nasce de três grandes equívocos:

  1. Desconsiderar o contexto histórico e cultural das passagens do Antigo Testamento.
    Muitas ações divinas respondem à maldade extrema e ao endurecimento dos corações humanos. O dilúvio, por exemplo, não foi uma “explosão de fúria divina”, mas uma resposta à corrupção total da humanidade (Gênesis 6:5-7).
  2. Ignorar que a justiça e o amor de Deus são inseparáveis.
    O mesmo Deus que julga também ama. O amor não significa ausência de justiça. Aliás, a graça só tem sentido porque existe justiça. O apóstolo Paulo afirma:
    “Considerai, pois, a bondade e a severidade de Deus…” (Romanos 11:22).
  3. Confundir a progressividade da revelação com mudança de caráter.
    No Antigo Testamento, Deus revelou aspectos essenciais de Sua natureza, preparando o caminho para a vinda de Cristo. O Novo Testamento não “corrige” o Antigo, mas o cumpre e completa (Mateus 5:17).

Uma Visão Bíblica Clara

Quando lemos a Bíblia de forma integral, percebemos que Deus é imutável (Malaquias 3:6). Ele é tanto amor quanto justiça, tanto misericordioso quanto santo. Ele não mudou de “personalidade” com o tempo – nossa percepção é que amadurece à medida que compreendemos melhor Seu plano eterno.

Além disso, é importante lembrar que o próprio Jesus, ao falar com os fariseus, afirmou:
“Vocês examinam as Escrituras porque pensam que nelas vocês têm a vida eterna. E são as Escrituras que testemunham de mim.” (João 5:39)
Aqui, Ele se referia ao Antigo Testamento. O mesmo Deus que falou por Moisés e os profetas é o que se revelou plenamente em Cristo.


2. A Imutabilidade de Deus: O Mesmo Ontem, Hoje e Sempre

Muitas pessoas se perguntam:
“Se o Antigo Testamento mostra um Deus severo e o Novo um Deus amoroso, será que Ele mudou?”

A resposta bíblica é clara e direta: Deus não muda.

Em Malaquias 3:6, o Senhor declara:
“Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, filhos de Jacó, não sois consumidos.”

E em Hebreus 13:8, lemos:
“Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e eternamente.”

Esses versículos deixam evidente que o caráter de Deus permanece constante. Ele é imutável em Sua essência, em Sua justiça, em Seu amor e em Sua santidade.

Por Que a Aparente Diferença?

A percepção de mudança não está em Deus, mas na forma como o homem interpreta os acontecimentos:

✅ No Antigo Testamento, Deus revela Sua justiça de maneira mais explícita, pois precisava ensinar a um povo recém-liberto do Egito a santidade e a obediência (Êxodo 19–20).

✅ O Novo Testamento destaca o ápice da graça e amor de Deus revelados em Cristo (João 1:14). Mas essa graça não é nova – já estava presente na paciência com o pecado humano desde o Éden.

A progressividade da revelação também contribui para essa percepção. Deus se revelou aos poucos, como um professor ensinando uma criança. O Antigo Testamento estabelece os fundamentos, o Novo os cumpre e amplia (Mateus 5:17).

A Teologia Bíblica Confirma

Quando lemos as Escrituras com atenção, percebemos que o mesmo Deus que é descrito como “fogo consumidor” (Hebreus 12:29) é também aquele que “não quer que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento” (2 Pedro 3:9).

Essa aparente tensão – justiça e amor – é resolvida na cruz de Cristo, onde a santidade de Deus é satisfeita e Sua graça é derramada (Romanos 3:25-26).

Refutando o Argumento da “Mudança”

Se Deus tivesse mudado, Ele deixaria de ser confiável. Toda a Bíblia nos mostra que Sua fidelidade é constante. Ele mesmo afirma:
“Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, que não muda como sombras inconstantes” (Tiago 1:17).

Portanto, o Deus do Antigo e do Novo Testamento não são dois, mas o mesmo. A diferença está na lente humana que, muitas vezes, foca em aspectos isolados, sem enxergar o plano maior.


3. A Justiça e a Santidade de Deus no Antigo Testamento

Ao observarmos o Antigo Testamento, percebemos que a justiça e a santidade de Deus são temas centrais e inseparáveis de Seu caráter. Deus não apenas “é justo”, Ele é a própria definição de justiça e santidade.

Em Êxodo 34:6-7, lemos:
“E, passando o Senhor por diante dele, clamou: Senhor, Senhor Deus compassivo e clemente, longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado; ainda que não inocenta o culpado e visita a iniquidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos até a terceira e quarta geração.”

Essa passagem é um resumo poderoso do caráter de Deus: Ele é compassivo e misericordioso, mas também justo e santo. A justiça não é contrária à misericórdia, ela a complementa.

Outro texto essencial é Salmos 89:14:
“A justiça e o juízo são a base do teu trono; misericórdia e verdade irão adiante do teu rosto.”

Isso nos mostra que Deus governa com base na justiça, mas essa justiça está equilibrada com misericórdia e verdade.

Por que Deus Parece “Severo” no Antigo Testamento?

Muitos apontam para episódios como o dilúvio, Sodoma e Gomorra, ou a destruição dos cananeus, questionando a bondade divina. No entanto, é importante lembrar:

Deus é santo e não pode tolerar o pecado. A maldade desenfreada exigia intervenção para preservar a humanidade e cumprir Seus propósitos (Gênesis 6:5-7).

As advertências foram claras e prolongadas. Deus sempre dá tempo para arrependimento. No caso dos cananeus, por exemplo, Ele esperou 400 anos (Gênesis 15:16) antes de permitir o juízo através de Israel.

A justiça divina aponta para a necessidade de redenção. Todo o Antigo Testamento prepara o caminho para Cristo, mostrando a seriedade do pecado e a necessidade de um Salvador.

Desmontando o Contra-argumento da “Crueldade”

A ideia de que Deus seria “cruel” no Antigo Testamento ignora o contexto bíblico e a progressividade da revelação. A santidade absoluta de Deus não permite que o mal fique impune – e isso é, na verdade, uma boa notícia. Significa que Ele é confiável, justo e íntegro.

Sem essa justiça, a graça seria vazia. O perdão, sem juízo, não teria peso. E é exatamente isso que o Novo Testamento revela: na cruz, a justiça e o amor de Deus se encontram perfeitamente (Romanos 3:25-26).


4. A Graça e o Amor de Deus no Antigo Testamento

Muitos acreditam que a graça e o amor de Deus são exclusivos do Novo Testamento, mas a Bíblia revela que eles sempre fizeram parte do caráter divino. O Antigo Testamento, longe de retratar um Deus severo e distante, é repleto de exemplos da graça e do amor que fluem do Seu coração.

Em Deuteronômio 7:7-9, Deus deixa claro o motivo pelo qual escolheu Israel:
“O Senhor se afeiçoou a vocês e os escolheu não porque fossem mais numerosos do que outros povos, pois vocês eram o menor de todos. Mas foi porque o Senhor os amou e por causa do juramento que fez aos seus antepassados que os tirou com mão poderosa e os resgatou da terra da escravidão, do poder do faraó, rei do Egito. Portanto, saibam que o Senhor, o seu Deus, é Deus; ele é o Deus fiel, que mantém a sua aliança de amor por mil gerações daqueles que o amam e obedecem aos seus mandamentos.”

Aqui vemos que Deus escolheu e amou Israel, não por mérito deles, mas por graça. Esse amor é descrito como um compromisso fiel e paciente, sustentado por uma aliança.

Outro exemplo tocante é Oséias 11:1-4, onde Deus fala de Sua relação com Israel como a de um pai amoroso com um filho:
“Quando Israel era menino, eu o amei, e do Egito chamei o meu filho. Mas, quanto mais eu o chamava, tanto mais se afastavam de mim. […] Contudo, fui eu que ensinei Efraim a andar, segurando-o pela mão. Mas eles não perceberam que era eu quem cuidava deles. Eu os conduzi com laços de bondade humana, com laços de amor. Eu fui para eles como quem alivia o jugo sobre as suas mandíbulas, e me inclinei para alimentá-los.”

Que imagem poderosa! Deus se apresenta como um pai cuidadoso, cheio de compaixão, que educa, alimenta e alivia o fardo.

A Graça no Antigo Testamento é Evidente

A paciência de Deus com Israel, mesmo diante de suas constantes rebeldias, revela uma graça que ultrapassa o entendimento humano.

O sistema sacrificial apontava para o perdão e a reconciliação com Deus, antecipando o sacrifício perfeito de Cristo (Levítico 16).

Os profetas, mesmo ao anunciar juízo, sempre chamavam ao arrependimento, demonstrando a disposição de Deus para perdoar (Isaías 1:18).

Refutando o Argumento de um “Deus Impiedoso”

A ideia de que o Antigo Testamento mostra um Deus impiedoso é desmentida pela própria Escritura. O amor de Deus por Israel, mesmo diante da infidelidade do povo, revela uma paciência e uma graça profundas. Aliás, essa longanimidade divina é um dos grandes temas da Bíblia (2 Pedro 3:9).

Portanto, o Deus que perdoa, ama e age com graça no Antigo Testamento é o mesmo que se revela plenamente em Cristo no Novo Testamento. Ele é imutável em Sua essência e em Seu amor por nós.


5. O Cumprimento das Promessas: A Vinda de Cristo e o Novo Testamento

Uma das ideias mais distorcidas sobre a Bíblia é a de que o Novo Testamento anula ou substitui o Antigo. Na verdade, o que o Novo Testamento faz é cumprir as promessas, as profecias e os princípios que Deus estabeleceu desde o início.

Em Mateus 5:17, Jesus é direto:
“Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir.”

Cristo não veio “corrigir” ou “suavizar” o Antigo Testamento. Ele é a personificação da graça e da verdade que sempre estiveram presentes na história da salvação. João 1:14 e 17 reforçam isso:
“Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade. […] Pois a Lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.”

Cristo Cumpre, Não Contradiz

A Lei e os Profetas apontavam para Ele – desde os sacrifícios levíticos até as profecias messiânicas, tudo converge para Jesus (Lucas 24:27).

A justiça de Deus, demonstrada no Antigo Testamento, é satisfeita na cruz. O pecado não é ignorado, mas pago por meio do sacrifício perfeito de Cristo (Romanos 3:25-26).

A graça de Deus, já visível no Antigo Testamento, é revelada plenamente em Cristo, que nos traz reconciliação e vida eterna (Efésios 2:4-5).

A Continuidade da Revelação

A Bíblia não é um livro de “duas partes desconexas”. É uma narrativa contínua, um único plano de redenção que se desdobra progressivamente. O que Deus prometeu no Antigo Testamento, Ele cumpriu no Novo.

Além disso, Cristo é o “sim” de todas as promessas de Deus (2 Coríntios 1:20). Nele, a graça e a verdade caminham juntas, não para anular a justiça, mas para satisfazê-la de forma perfeita e amorosa.

Refutando a Ideia de Contradição

Quem afirma que o Novo Testamento “corrige” o Antigo não compreende a unidade das Escrituras. O próprio Jesus e os apóstolos citavam o Antigo Testamento para reforçar a mensagem do Evangelho. Eles não apresentaram um “novo Deus”, mas o cumprimento da antiga promessa.


6. A Justiça e a Santidade de Deus no Novo Testamento

Muitas pessoas enxergam o Novo Testamento como se ele apresentasse um Deus “mais suave”, apenas amoroso, mas isso não reflete a verdade bíblica. O Novo Testamento revela um Deus que continua absolutamente justo e santo, e que age com severidade contra o pecado.

Em Romanos 1:18-32, Paulo nos mostra que a ira de Deus se revela contra a injustiça humana:
“A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça.” (v.18)

Ele detalha como a humanidade, mesmo conhecendo a Deus, escolheu a idolatria e a imoralidade, resultando em um estado de condenação merecida. Isso deixa claro que a santidade e a justiça de Deus permanecem inalteradas no Novo Testamento.

Além disso, Hebreus 12:29 declara sem rodeios:
“Nosso Deus é fogo consumidor.”

Essa expressão, retirada do Antigo Testamento (Deuteronômio 4:24), reafirma a continuidade do caráter divino. Deus é santo e Sua santidade exige que o pecado seja tratado com seriedade.

A Cruz: Justiça e Amor em Harmonia

A cruz de Cristo é o ponto culminante onde a justiça e a graça de Deus se encontram. Não é que Deus simplesmente “deixou o pecado passar”. Pelo contrário, Ele o julgou de forma plena em Seu próprio Filho. Em Romanos 3:25-26, lemos:
“Deus o ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça. Em sua tolerância, havia deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; mas, no presente, demonstrou a sua justiça, a fim de ser justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.”

A cruz mostra que:
Deus é justo, pois o pecado não fica sem juízo.
Deus é amor, pois Ele mesmo providenciou a solução para a nossa condenação.

Refutando a Idéia de um “Deus Suavizado”

A ideia de que o Novo Testamento apresenta um Deus mais “brando” é equivocada. O mesmo Deus que derramou juízo sobre Sodoma e Gomorra é o que julgará o mundo (Atos 17:31). O juízo final descrito em Apocalipse 20:11-15 mostra que a santidade e a justiça divina são eternas.

Portanto, o Novo Testamento não atenua o caráter de Deus – ele o revela com mais profundidade, mostrando que a solução para o pecado não foi anular a justiça, mas satisfazê-la através do amor.


7. O Amor e a Graça de Deus no Novo Testamento

O Novo Testamento revela de forma plena o amor e a graça de Deus, mas é crucial lembrar que eles estão em perfeita harmonia com Sua justiça e santidade.

Em Romanos 5:8, o apóstolo Paulo afirma:
“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.”

Aqui, vemos que o amor de Deus não é um sentimento abstrato, mas uma ação concreta e sacrificial. Deus não esperou que fôssemos dignos ou santos – Ele nos amou em meio à nossa rebeldia.

Já em João 3:16, talvez o versículo mais citado da Bíblia, temos a declaração central do Evangelho:
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”

Este versículo resume a essência da graça divina:
Deus ama, mas também julga o pecado.
Deus oferece salvação, mas ela é por meio de Cristo.
O amor e a graça estão disponíveis, mas não anulam a necessidade de fé e arrependimento.

A Harmonia entre Amor e Justiça

Muitos interpretam mal a graça como se fosse “permissividade” ou “tolerância ao pecado”. Mas a graça não é a suspensão da justiça, e sim a sua satisfação perfeita por meio do sacrifício de Jesus.

Paulo escreve:
“Onde abundou o pecado, superabundou a graça.” (Romanos 5:20)

Porém, ele também adverte:
“Vamos continuar pecando para que a graça aumente? De maneira nenhuma!” (Romanos 6:1-2)

Isso mostra que a graça não é licença para o pecado, mas poder para a transformação.

Refutando a Ideia de “Deus Só de Amor”

A crença de que o Novo Testamento revela um “Deus só de amor” desconsidera:
✅ As advertências de juízo (Hebreus 10:26-31; Apocalipse 20:11-15).
✅ A ênfase na necessidade de santidade e obediência (1 Pedro 1:15-16).
✅ A clareza de que o amor de Deus se manifesta em disciplina (Hebreus 12:5-11).

Portanto, o amor e a graça de Deus são absolutamente reais e maravilhosos, mas nunca desconectados da Sua justiça e santidade. Essa visão completa nos dá a segurança de que estamos diante de um Deus perfeitamente equilibrado e digno de confiança.


8. Refutando as Objeções: “Deus Mudou?” ou “Deus Antigo é Cruel?”

Uma das objeções mais comuns contra a fé cristã é a ideia de que o Deus do Antigo Testamento seria diferente, mais cruel, mais severo, enquanto o do Novo seria amoroso e tolerante. Essa visão, porém, não resiste a uma análise cuidadosa das Escrituras e da história da revelação divina.

Em Romanos 11:22, Paulo nos exorta:
“Considere, pois, a bondade e a severidade de Deus: severidade para com aqueles que caíram, mas bondade para contigo, desde que permaneças na bondade. Do contrário, você também será cortado.”

Essa passagem resume o equilíbrio divino: Deus é tanto bondoso quanto severo. Ele é amor, mas também é justiça. E essa realidade não mudou entre os testamentos.

Em Tiago 1:17, lemos:
“Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, que não muda como sombras inconstantes.”

Este versículo é um testemunho claro da imutabilidade de Deus. Ele não é inconstante, não muda de humor, não passa de “Deus severo” para “Deus amoroso”. Ele é sempre o mesmo, agindo com santidade, justiça, amor e misericórdia.

Vamos Reforçar com Evidências Bíblicas e Históricas

A destruição de povos no Antigo Testamento, como os cananeus, foi precedida por séculos de paciência divina. Deus deu tempo para arrependimento (Gênesis 15:16), mas a maldade extrema precisou ser contida.

No Novo Testamento, Jesus fala mais sobre o inferno e o juízo final do que muitos imaginam. Ele mesmo descreve o “choro e ranger de dentes” e o juízo de separação (Mateus 25:31-46).

A história bíblica é progressiva, não contraditória. O Antigo Testamento prepara o caminho para Cristo, e o Novo revela de forma plena o que sempre esteve no coração de Deus.

O Problema Não Está em Deus, mas na Compreensão Humana

Muitos enxergam o Antigo Testamento como “cruel” porque olham apenas para os atos de juízo, sem considerar:
✅ O contexto histórico e cultural (ex.: práticas pagãs abomináveis).
✅ A paciência divina ao longo das gerações.
✅ O objetivo pedagógico da Lei: mostrar a necessidade de um Salvador.

E quando afirmam que o Novo Testamento apresenta um Deus “diferente”, esquecem das advertências sérias:
✅ O juízo final, com condenação eterna (Apocalipse 20:11-15).
✅ A disciplina amorosa de Deus (Hebreus 12:5-11).

Resumindo…

Deus não mudou. Ele é imutável em Sua essência, pleno em amor e justiça, santo e misericordioso desde sempre. A diferença percebida entre os testamentos é fruto de leituras parciais e não de uma mudança no caráter divino.


9. O que Isso Muda na Nossa Vida?

Compreender que o Deus do Antigo e do Novo Testamento é o mesmo, santo, justo, amoroso e imutável, não é apenas uma questão teológica – é uma verdade que transforma nossa vida diária.

Em 1 Pedro 1:15-16, lemos:
“Mas, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, pois está escrito: ‘Sejam santos, porque eu sou santo’.”

Se Deus é santo e justo, então somos chamados a refletir essa santidade em nossas atitudes, palavras e pensamentos. A justiça de Deus nos lembra da necessidade de viver com integridade e responsabilidade, sem nos acomodarmos na graça como se fosse licença para o pecado.

Por outro lado, 1 João 4:7-8 nos ensina:
“Amados, amemo-nos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.”

Aqui, vemos que o conhecimento do caráter de Deus nos leva a amar de forma genuína. Quando entendemos que Deus é amor e que nos amou mesmo sendo pecadores, somos desafiados a refletir esse amor em nossos relacionamentos, sendo agentes de graça e perdão.

O que Isso Significa na Prática?

Santidade no cotidiano – Escolhas éticas, honestidade no trabalho, pureza nos pensamentos e ações.

Amor como marca do cristão – Perdoar quem nos ofende, ajudar o próximo, estender a mão ao necessitado, sem esperar retribuição.

Confiança na imutabilidade de Deus – Em tempos de crise, incerteza ou dor, saber que o mesmo Deus que foi fiel a Israel e revelou Sua graça em Cristo continua fiel hoje (Hebreus 13:8).

Evitar extremos teológicos – Não cair na armadilha de enxergar Deus apenas como juiz ou apenas como “Deus bonzinho”. O equilíbrio entre justiça e amor nos mantém humildes e dependentes da graça.

Um Chamado ao Leitor

Seja no Antigo ou no Novo Testamento, o Deus que encontramos é fiel, santo, amoroso e justo. Conhecer esse Deus deve nos levar a viver uma fé autêntica e prática, que transforma não só nossas convicções, mas também nosso comportamento.


10. Conclusão: O Deus Único e Imutável

Depois de percorrermos o caminho das Escrituras, de Gênesis a Apocalipse, fica claro: o Deus do Antigo Testamento é o mesmo do Novo.

Ele é santo e justo, não tolerando o pecado. Mas também é amoroso e cheio de graça, estendendo a mão para nos salvar. Não há contradição – há um plano perfeito e contínuo de redenção, revelado progressivamente ao longo da história e culminado em Jesus Cristo.

Hebreus 13:8 nos lembra:
“Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e eternamente.”

E Tiago 1:17 confirma:
“Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, que não muda como sombras inconstantes.”

A tensão aparente entre o Antigo e o Novo Testamento não está em Deus, mas na forma como interpretamos a revelação. Quando olhamos com atenção, vemos que o Deus da justiça é o mesmo Deus do amor. O Deus que disciplina é o mesmo que perdoa. O Deus que estabeleceu a Lei é o mesmo que, por meio da cruz, oferece a graça.

Um Convite ao Leitor

Agora que você conhece mais profundamente o caráter de Deus, não se contente com uma visão superficial. Busque conhecê-Lo cada vez mais, meditando em Sua Palavra e aplicando Seus princípios na sua vida.

Lembre-se: o mesmo Deus que nos chamou para a santidade é o que nos sustenta com Sua graça. Ele não muda, e essa é a nossa maior segurança.

Rubrica

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10. Conclusão: O Deus Único e Imutável Depois de percorrermos o caminho das Escrituras, de Gênesis a Apocalipse, fica claro: o Deus do Antigo Testamento é o mesmo do Novo. Ele é santo e justo, não tolerando o pecado. Mas também é amoroso e cheio de graça, estendendo a mão para nos salvar. Não há contradição – há um plano perfeito e contínuo de redenção, revelado progressivamente ao longo da história e culminado em Jesus Cristo. Hebreus 13:8 nos lembra: “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e eternamente.” E Tiago 1:17 confirma: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, que não muda como sombras inconstantes.” A tensão aparente entre o Antigo e o Novo Testamento não está em Deus, mas na forma como interpretamos a revelação. Quando olhamos com atenção, vemos que o Deus da justiça é o mesmo Deus do amor. O Deus que disciplina é o mesmo que perdoa. O Deus que estabeleceu a Lei é o mesmo que, por meio da cruz, oferece a graça. Um Convite ao Leitor Agora que você conhece mais profundamente o caráter de Deus, não se contente com uma visão superficial. Busque conhecê-Lo cada vez mais, meditando em Sua Palavra e aplicando Seus princípios na sua vida. 👉 Quer se aprofundar? Veja também nossos estudos: 🔗 A Justiça de Deus: Amor e Juízo em Harmonia 🔗 A Imutabilidade Divina na Bíblia: Um Deus que Não Muda Lembre-se: o mesmo Deus que nos chamou para a santidade é o que nos sustenta com Sua graça. Ele não muda, e essa é a nossa maior segurança.

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Asllan Maciel

Desde a infância, minha vida foi marcada pela fé. Fui batizado aos 10 anos e, embora tenha me afastado por um tempo, tive um reencontro transformador com Deus que mudou completamente minha visão sobre a vida. Aprofundei meu conhecimento através de cursos, seminários e uma formação em teologia, mas foi na Bíblia que encontrei as respostas mais profundas. Hoje, compartilho essa caminhada no Cresça na Fé, ajudando outros a crescerem espiritualmente e a compreenderem a Palavra de Deus de forma clara e acessível. Meu propósito é simples: tornar o conhecimento bíblico mais próximo da vida real, fortalecendo a fé e guiando corações a um relacionamento genuíno com Cristo. Junte-se a mim nessa jornada de crescimento espiritual! 🚀 #CresçaNaFé

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